Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 03 de Dezembro de 2011

    O drama da Europa

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    A realidade é que os países europeus – integrantes da União ou não – estão apavorados com a perspectiva de outro choque financeiro. A causa principal da crise parece ser a ganância dos Bancos, que emprestaram dinheiro sem cautelas e terão de arcar agora com uma parcela do sofrimento dos endividados.

    Vejam-se as situações de Espanha e Reino Unido. A posição da dívida e do déficit espanhol não é pior do que a dos ingleses. Porém, o Reino Unido – que não aderiu ao euro - paga apenas 2,2% sobre os títulos de 10 anos, em comparação ao desembolso de 6,6% da Espanha. Os blocos econômicos – como é exemplo a União Européia - consolidaram-se no fim dos anos 80, após a queda da URSS. Com isso, o capitalismo e o processo de globalização aprofundaram a necessidade de expandir os mercados.  

    Na América, se destacaram blocos como Nafta, o Pacto Andino, o Caricom e o Mercosul; na África, o SADC e na Ásia o Asean.

    Diante de conjuntura econômica tão instável será que a economia global assiste no momento o velório do euro? A interrogação atormenta a União Européia, com o sobe e desce diário das bolsas e mercados.

    No ano 2000, implantou-se a moeda única européia. A preocupação dominante era a eliminação das moedas nacionais. Tanto isto é verdadeiro, que cinco anos antes, os líderes buscaram o nome da nova moeda, a partir de sugestões como “ducat”, “ecu”, “florin” e “franken”, admitida até a adição de “euro”, como prefixo, ao nome das então moedas nacionais. Por exemplo: “euro escudo”, “euro” franco” etc. Todas as propostas foram rejeitadas, devido às vinculações com os países respectivos. Decidiu-se que o nome da moeda seria genérico, o mesmo em todas as línguas da Europa e fácil de pronunciar. Assim nasceu o “euro”. 

    Não foi pacífica a criação do euro. O argumento era o fracasso de uma decisão semelhante tomada em 1925 por Winston Churchill, então ministro da fazenda inglês, quando a libra esterlina vinculou-se ao chamado padrão ouro. Galbraith classificou esse como o “mais dramático erro cometido por um governo na história econômica moderna”.

    Recordo que, por volta do ano 2004, um motorista em Lisboa reclamou que após Portugal ter aderido ao euro, em substituição ao escudo, ganhava-se menos e tudo ficara mais caro. Ouvi a mesma queixa na Espanha. Será que o “estouro” atual do euro” seja semelhante ao da libra esterlina em 1925, que terminou influindo no colapso do comércio internacional e na grande depressão americana?

    Só o tempo responderá.

    A verdade é que a crise econômica não se restringe ao fato do euro sobreviver ou não. A economia global terá que mudar a sua estratégia, com reformas estruturais e medidas para aumentar a produtividade e o livre comércio. Na China, o céu não é de brigadeiro. Com a retração das exportações para a Europa, a taxa de inflação ameaça crescer criando grandes problemas para o governo, que não poderá manter a artificialidade da sua moeda, apenas para incentivar o comércio externo.

    Como advertiu o ministro Guido Mantega na Câmara dos Deputados, o Brasil não estará imune à crise mundial, diante do risco de EUA e a Europa reduzirem as importações de produtos chineses, provocando a queda da demanda de produtos como soja, minério de ferro e petróleo, que ocupam grande espaço nas nossas exportações.

    Todos os países devem ficar de “olho aberto”, diante do drama da Europa. A história mostra que no início do século XX, a civilização européia era um modelo para o mundo. Quarenta e cinco anos depois, a mesma Europa jazia em escombros, debaixo de fumegantes ruínas, com mais de setenta milhões de mortos.

    Os países são como as pessoas físicas: têm altos e baixos. Diante de tudo isto, só a resta ao Brasil aplicar o refrão popular de que “quem vê a barba do vizinho arder põe a sua de molho”.

    Leia também o "blog do Ney Lopes".

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