Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 09 de Junho de 2013

    Governo e também oposição

    2013-06-08-emdia

     

    Os ventos da globalização sopraram favoravelmente ao Brasil durante os últimos anos. Agora começam a soprar contrariamente. O mais grave é a ameaça de “tormenta econômica” às vésperas das eleições gerais de 2014.

    Nixon dizia que vencer na política não é tudo; é a única coisa. Em pleno processo eleitoral torna-se perigoso o cenário da inflação pender sobre o país como uma espada de Dâmocles. Se Nixon tiver razão, o povo brasileiro espera que a primeira vitória seja conter a inflação.

    Um exemplo de vitória sobre a inflação antes do pleito aconteceu em 2002, quando Lula, o favorito nas eleições, aceitou o chamamento de FHC e assinou a “carta ao povo brasileiro”. A “carta” nada mais era do que a aceitação pelo PT daquilo que o partido negava nos palanques, ou seja, a busca da estabilidade econômica de mãos dadas com o FMI, através do respeito aos contratos e a manutenção do superávit.

    Para evitar a instabilidade econômica futura, o então candidato Lula asfaltou a estrada de sua chegada ao Planalto, comprometendo-se a manter as bases da política econômica do então presidente Fernando Henrique, em especial os acordos firmados com as instituições financeiras internacionais. Vitorioso, Lula nomeou para o Banco Central, o tucano Henrique Meirelles, deputado federal pelo PSDB de Goiás e ex-diretor presidente do Banco de Boston. Não poderia existir melhor indicativo de segurança e simpatia com o mercado financeiro internacional, do que tal decisão do presidente recém-eleito.

    Na prática, em 2002 foi assinado no Brasil um tipo de “Pacto de Moncloa”, o acordo firmado em 1977 entre as facções políticas da Espanha que assegurou a transição democrática.

    Em 2014, pelos atuais altos e baixos da nossa economia e em função da crise da economia global, pode-se antever a necessidade de um novo pacto de Moncloa nacional. De nada adiantará, de um lado, o governo abrir o cofre, sob o pretexto de reduzir desigualdades sociais e de outro, a oposição usar a ameaça inflacionária como discurso de campanha No final, o ônus recairá nos ombros do povo brasileiro.

    Para combater a inflação, o mais perverso imposto contra os assalariados, caberá ao governo reduzir prioritariamente os gastos públicos, o que é missão de estadista em ano eleitoral. Só há esse caminho.

    Na maioria das economias latino-americanas e asiáticas, a arrecadação dos governos varia entre 20% e 25% do PIB. No Brasil alcança 35% da renda nacional e ameaça subir. Tudo em função das elevadas despesas públicas, inclusive a permanente “inchação” da máquina administrativa do governo, como acontece atualmente.

    Sabe-se que o gasto público excessivo gera a “gangorra”, que oscila entre o esforço para pagamentos dos juros da rolagem das dívidas (superávit primário) e o corte inevitável de investimentos públicos. Em tal situação, ou o governo puxa a rédea, ou a inflação prospera. Soma-se a isso, na atualidade brasileira, a política de desoneração tributária, que em 2013 atingirá R$ 70 bilhões de reais. De um lado, o governo renuncia receita e de outro aumenta a despesa. A conta não vai “bater”.

    Se o eleitor brasileiro em 2014 votar com responsabilidade ganhará aquele que transmitir maior confiança, responsabilidade e segurança de propostas.

    Dessa forma, não adiantará a oposição aproximar-se dos pobres e propagar que o “tomate” subiu. Precisará mostrar como evitar que o “tomate” suba no futuro,  com ações objetivas, por exemplo, no agrobusiness. Se não agir assim dará “um tiro no pé”, repetindo slogans sugeridos por marqueteiros destituídos de experiência política, visão humanística, criatividade e inovação.

    A credibilidade indispensável a quem almeje chegar à presidência terá que começar por uma discussão pré-eleitoral sobre quais os remédios amargos a serem prescritos, com o objetivo de evitar o retorno da inflação.

    Esta tarefa é do governo e também da oposição.

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